sexta-feira, 12 de novembro de 2010

(A)nestesia

De pijama, indisposta para qualquer coisa, até para ver o céu refletindo no chão.
Jogo frases sem nem ao menos entender a concordância.
Acordei meio assim... Meio triste, meio sozinha, meio distraída, meio 'pra lá'. Inteiramente sua. Inteiramente com saudade.
Rios brotam de meus olhos, nascente a correr pro mar.
Queria poder gritar, liberar toda essa dor.
Estou quebrada em mil pedaços. Tenho em uma das mãos uma cola, na outra, um martelo.
Medo, é a unica palavra que vem em meus pensamentos.
Por fora, um porco-espinho, arisco, armaduras até o dente, afinal, não quero correr o risco de me ferir mais.
Por dentro uma criança, perdida e medrosa. Gritando por atenção e colo.
Meus labios nada dizem. Talvez seja orgulho, talvez seja essa minha mania de querer resolver tudo sozinha.
Não gosto de ser assim, que isso fique bem claro.
Queria poder sentar ao lado de qualquer um, ou melhor, daquelas em que confio, e dizer todos os detalhes, soltar palavras, frases, que expressem o que está acontecendo.
Enfim minha anestesia chegou ao seu fim. Enfim, sinto-me viva, em carne viva.
Não lembrava a dor, não lembrava a força que esse sentimento possui.
Dessa vez escancarei as janelas, sem arrependimentos. Talvez seja o primeiro passo para arrancar de mim esse orgulho. Mesmo que em um papel, as palavras aqui escritas são de muito valor, são extremamente minhas, liberadas para voarem pelo mundo, na esperânça de que um dia chegue até você.
E mais uma vez, o tempo nublado me diz que ainda não é a hora. Mas e se for?
Se ao partir daqui, você venha de encontro, mas perceba que eu não estou aqui?
Como pássaro novo, que mal sabe voar, espero Você chegar, completamente dependente de seus cuidados, faminta por vida, me entrego, não como fraqueza, mas como total confiança. Afinal, as vezes é bom voltar a ser criança e ter a inocência em mãos novamente.

domingo, 7 de novembro de 2010

Conserto de palavras

Desculpe a pressa, mas é que estou atrasada...
Desculpe as palavras, sei que deveria ter sido um pouco mais sutil.
Desculpe por segurar esse sentimento dentro de mim e desistir sem ao menos que você soubesse.
Desculpe, mas minha forma de dizer o que sinto é com o olhar e corpo, não com palavras.
Se ao menos você tivesse lido as entrelinhas. São os detalhes... OS DETALHES!
O céu mudou, os aviões dançaram, os pássaros fizeram a trilha sonora e o mar veio nos abençoar. E mesmo assim, você não percebeu.
Tudo bem, a culpa não foi sua, talvez, se eu tivesse te falado, se eu tivesse te mostrado claramente o que eu levava em meu coração, hoje estariamos de outra maneira.
Mas também, não me sinto culpada, na verdade, não me arrependo, creio fielmente em destino e sei que o que for pra ser... Simplesmente será.
Gosto do natural, sem forçar pra acontecer, assim como todas as vezes em que encostamos nossas bocas e deixamos nos envolver pelas vontades.
Eu estou indo pro leste e você pro oeste, quem sabe um dia nos encontramos novamente, afinal, o mundo dá voltas. E meu coração já deixei com você.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Registro




Pensamento distante
Um calor estonteante
Um vento leve
O cheiro que invade
Essa saudade que me faz querer viajar
Sentar na areia e observar o mar
Alongar o corpo, entregar-me
Pegar minha prancha e começar a remar
Sentir-se natureza
Ser um
Levitar e deslizar
Ver a onda se fechar
Jogar o stress e deixar rolar
Ahhh... Que saudade que me dá
Posso até imaginar
Mas as horas por aqui demoram à passar
E no fim só me resta esperar
Mais uma vez... Deixar rolar e esperar.


(só pra dizer que aquela conversa ficou na minha mente...)