quarta-feira, 20 de abril de 2011

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Chegou aos poucos... Uma mensagem, um olhar, nossas mãos se encontrando sem querer.
Jogava meias palavras, mas sempre respondi aos seus olhares, mesmo quando eu fingia não ver.
Me lançou a real, da qual eu nem liguei, mas guardei em mim, cada palavra dita, cada sentimento.
Travei uma batalha com meus pensamentos, valores e razão.
Construí um muro. Algumas vezes tirava alguns tijolos, mas a maioria só o aumentava.
O desafio era fazer você o escalar, conquistar algo real, algo que fosse de verdade, pois em minha vida já havia muita mentira e segredos.
Aos poucos você foi subindo, e quando ao topo chegou, eu, sem a menor sensibilidade te empurrei, mas fui correndo te segurar, mas não consegui. Percebi que havia algo em mim também.
Então, foi a minha vez de escalar, mas eu mesmo havia construído o muro. Peguei impulso, e com um só golpe derrubei tudo ao chão.
Você não estava mais lá. Havia se ferido com a queda.
Olhei ao longe, te vi no alto de uma pedra, rodeada de espinhos.
Para tê-la eu teria que enfrenta-los.
Por um momento resisti, talvez não valesse tanto a pena assim. Mas fui tomada por uma voz que me dizia que era a hora.
Me esvaziei quase que por completo. Arranquei minhas armaduras e fui ao teu encontro, com apenas uma caixa.
Ao chegar, sentei-me ao seu lado, abri a caixa e mostrei tudo o que havia ali. Algumas coisas eu separei para aos poucos te entregar.
Uma brisa suave começou a nos envolver e nos levou a olhar para uma mesma direção.
Todo o peso dos dias passados e o medo que nos acompanhava foi levado com o vento. Não havia mais nada para nos impedir.
Nossos passos agora são conduzidos para algo muito maior e real. E mesmo que tempestades venham nos assustar, sabemos que mesmo no escuro somos guiados para a luz. Já não há o que temer.

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